As Origens e a Vida de Maomé o Profeta
O Islã, o Judaísmo e o Cristianismo são três das maiores religiões monoteístas do mundo. Elas compartilham muitos dos mesmos locais sagrados, como Jerusalém, e profetas, como Abraão. Coletivamente, os acadêmicos se referem a essas três religiões como as fés Abraâmicas, uma vez que existe a crença de que Abraão e sua família tiveram um papel vital na formação dessas religiões.
O Islã se iniciou com o Profeta Maomé. Islã significa "submissão" e sua ideia central é uma submissão à vontade de Deus. Sua cláusula central é que "Não existe deus que não Deus e Maomé é seu mensageiro".
Os seguidores do Islã são chamados de de Muçulmanos. Os Muçulmanos acreditam que estão seguindo a mesma tradição que a das figuras Judaico Cristãs de Adão, Noé, Abraão, Moisés, e Jesus, que eles acreditam terem sido profetas importantes antes de Maomé.
O Corão, o livro sagrado do Islã, fornece muito pouco detalhe sobre a vida de Maomé; no entanto, os hádices, ou provérbios do Profeta, que foram em grande parte compilados nos séculos seguintes à morte de Maomé, fornecem uma narrativa maior para os eventos de sua vida (embora haja um debate significativo no mundo Muçulmano sobre se os a Hádices são precisos.
Maomé nasceu em 570 d.C., em Meca, e no início sua vida foi normal. Ele se casou com uma viúva rica chamada Cadija que era 15 anos mais velha que ele e sua patroa. Por volta de 610 d.C., Maomé teve sua primeira experiência religiosa, onde ele foi instruído a recitar salmos pelo Anjo Gabriel. Depois de um período de introspecção e dúvidas, Maomé aceitou seu papel de profeta de Deus e começou a pregar a palavra do Deus único, ou Alá em Árabe. Sua primeira convertida foi sua esposa.
As recitações divinas de Maomé formam o Corão e são organizadas em livros (suras) e versos (ayats). Como essas revelações focavam em uma forma de monoteísmo considerada ameaçadora para a tribo que governava Meca (os Coraixitas), da qual Maomé fazia parte, os primeiros Muçulmanos enfrentaram muita perseguição. Por fim, em 622 Maomé e seus seguidores fugiram de Meca para a cidade de Iatrebe, que é hoje conhecida como Medina, onde sua comunidade foi bem recebida. Esse evento é conhecido como a Hégira, ou emigração. O ano da Hégira, 622, marca o começo do calendário muçulmano, que continua em uso hoje em dia.
Entre 625-630 d.C, houve uma série de batalhas entre os habitantes de Meca e Maomé e a nova comunidade Muçulmana. No fim, Maomé saiu vitorioso e voltou a Meca em 630.
Um dos primeiros atos de Maomé foi expurgar a Kaaba de todos seus ídolos (antes a Kaaba era um importante sítio de peregrinação de tradições religiosas politeístas da Península Árabe, e continha muitos ídolos de deuses pagãos). Acredita-se que a Kaaba tenha sido construída por Abraão (ou Ibrahim como ele é conhecido em Árabe) e seu filho Ismael. Os Árabes afirmam ser descendentes de Ismael, filho de Abraão, e Agar. A Kaaba então se tornou o mais importante centro e peregrinação no Islã.
Em 632, Maomé morreu em Medina. Os muçulmanos acreditam que ele foi o último de uma série de profetas, que incluía Abraão, Moisés e Jesus.
Depois da Morte de Maomé
O século seguinte à morte de Maomé foi dominado por conquista militar e expansão. Maomé foi sucedido por quatro "bem orientados" Califas (khalifa ou sucessor em Árabe): Abu Baquir (632-34 d,C.), Umar (634-44 d,C.), Otomão (644-56 d.C.) e Ali (656-661 d.C.). Acredita-se que o Alcorão tenha sido compilado durante o reinado de Otomão. O último califa, Ali, era casado com Fátima, filha de Maomé e foi assassinado em 661. A morte de Ali é um evento muito importante; seus seguidores, que acreditavam que ele deveria ter sucedido Maomé diretamente, se tornaram conhecidos como os Xiitas ("partido" ou "seguidores"), referindo-se aos seguidores de Ali. Hoje, a comunidade Xiita é composta de muitas ramificações diferentes, e há uma grande população Xiita no Irã, Iraque e Bahreim. Os Sunitas, que não defendem que Ali deveria ter sucedido diretamente Maomé, compõem o maior ramo do Islã; seus adeptos podem ser encontrados na África do Norte, no Oriente Médio, bem como na Ásia e na Europa.
Durante os século VII e início do VIII, os exércitos Árabes conquistaram grandes extensões de território no Oriente Médio, Norte da África, Península Ibérica e Ásia Central, apesar das contínuas guerras civis na Arábia e no Oriente Médio. Por fim, a Dinastia Omíada emergiu como governante com Abdal Malique concluindo a Cúpula da Rocha, um dos mais antigos monumentos Islâmicos sobreviventes, em 691/2 d.C.. Os Omíadas governaram até 749/50 d.C., quando foram depostos. A Dinastia Abássida assumiu o Califado e governou grande parte do mundo Islâmico. No entanto, com a Revolução Abássida, nenhum governante viria a controlar novamente todo o território Islâmico.
Ensaio originalmente da Dr. Elizabeth Macaulay-Lewis com significativas adaptações da Academia Khan.
Os Cinco Pilares do Islã
Pouco tempo depois que os exércitos Árabes do Islã conquistaram novas terras, eles começavam a construir mesquitas e palácios, e encomendaram outras obras de arte, como expressões de sua fé e cultura. Muitos aspectos da prática religiosa do Islã também surgiram e foram registrados. A prática religiosa do Islã, que significa literalmente "se submeter a Deus", é baseada em princípios conhecidos como os Cinco Pilares, arkan, aos quais todos os membros da comunidade Istâmica, Umma, deveriam aderir.
1. A Profissão da Fé—A Chahada
A Profissão de Fé, a Chahada, é a expressão fundamental das crenças Islâmicas. Ela simplesmente afirma que “não existe Deus exceto o Deus e Maomé é o seu profeta”. Ela destaca a natureza monoteísta do Islã. É uma frase extremamente popular na caligrafia árabe e aparece em numerosos manuscritos e edifícios religiosos.
2. Orações Diárias—Salat
Espera-se que os Muçulmanos rezem cinco vezes por dia. Isto não significa que tenham de comparecer a uma mesquita para rezar; pelo contrário, a salat, ou a oração diária, deve ser recitada cinco vezes por dia. Os Muçulmanos podem rezar em qualquer lugar; no entanto, eles devem rezar em direção a Meca. O fiel ora curvando-se várias vezes enquanto se mantém em pé e depois se ajoelhando e tocando o chão ou o tapete de oração com sua testa, como um símbolo da sua reverência e submissão a Alá. Na sexta-feira, muitos Muçulmanos frequentam uma mesquita por volta do do meio dia para rezar e ouvir um sermão, khutba.
3. Esmola—Zakat
A doação de esmolas é o terceiro pilar. Embora não definido no Corão, os Muçulmanos acreditam que eles devem compartilhar sua riqueza com aqueles menos favorecidos em sua comunidade de crentes.
4. Jejum durante o Ramadã—Saum
Durante o mês sagrado do Ramadã, o nono mês do calendário islâmico, os Muçulmanos devem jejuar do amanhecer ao anoitecer. Embora haja exceções para os doentes, idosos e grávidas, espera-se que todos se abstenham de comer e beber durante as horas do dia.
5. Peregrinação a Meca—Hajj
Todos os Muçulmanos aptos devem fazer a peregrinação a Meca e aos locais sagrados vizinhos ao menos uma vez em suas vidas. A peregrinação se concentra em em visitar a Kaaba e caminhar ao seu redor sete vezes. a peregrinação ocorre no 12º mês do Calendário Islâmico.
Trabalho da Dra. Elizabeth Macaulay-Lewis